Muhtar Kent ingressou na
Tivemos a oportunidade de conversar um pouco com Kent, que continua a ser um membro do Conselho, para rever os seus quase nove anos no comando da Companhia, e as suas ideias sobre o futuro da
O que o fez responder a esse anúncio classificado? Pode descrever o seu primeiro emprego na Coca-Cola e como essa experiência o orientou no resto da sua carreira?
Naquela época, trabalhava num banco em Nova Iorque. Eu sabia que a banca não era para mim logo no primeiro dia de trabalho. Conhecia a
Voei até aqui e foi para o prédio de tijolos que se vê ali – comenta enquanto aponta para fora da janela – para a entrevista, porque o edifício em que estamos agora não existia – a North Avenue Tower de
Voltei a Nova Iorque e, logo depois, recebi uma mensagem a pedirem-me para voltar. Durante essa reunião foi-me dito: “Queremos oferecer-te um emprego num camião de entrega da
Comecei o programa de formação do departamento de vendas do engarrafador. Éramos 14 ou 15 em todo o mundo. Foi uma experiência incrível: levantar às 4 da manhã todos os dias, carregar o camião, reabastecer prateleiras em lojas e supermercados… Era o início do meu amor pelo retalho que já dura há 39 anos. E cada ano que passa, aprendo alguma coisa nova pelo simples facto de ir ao supermercado.
E o ponto de contacto para a
Começar a trabalhar em um camião de distribuição de
Por que razão foi essa a melhor maneira de começar na Coca-Cola ?
Tudo começou no ponto de contacto. Todos nós, todas as direções de todas as divisões da
Nasceu nos Estados Unidos, cresceu na Tailândia, Índia, Irão e Turquia, e estudou no Reino Unido. O que significou para a sua carreira o facto de viver em tantos lugares diferentes?
Primeiro, ensinou-me a estar confortável com pessoas de todas as culturas, religiões, raças e línguas. Isso fez-me abraçar os valores da integração e da diversidade. Em segundo lugar, como empresário, ensinou-me que vários pontos de vista produzem melhores resultados.
Nunca imaginei que, em 1978, estaria numa empresa que se viria a tornar a mais internacional dos Estados Unidos, onde tantas pessoas de tantos lugares diferentes, com histórias distintas, trabalham juntas com um único objetivo. Considero-me profundamente feliz – através de um anúncio classificado – conseguir chegar ao lugar que seria a minha casa durante os próximos 40 anos.
Quando se tornou Diretor Executivo em 2008, quais foram os seus principais objetivos?
Neville [Isdell] tinha estabilizado a empresa e transferiu-me uma empresa que era mais forte que quando ele chegou. O que era necessário era um plano de crescimento. Juntamente com o nosso sistema de engarrafamento, criámos e lançámos o plano em 2009. No passado, tínhamos traçado planos específicos e estratégicos para a Companhia, mas nunca nenhum com a capacidade de alcançar todo o sistema
A segunda prioridade nesta agenda de crescimento foi para recuperar o valor das nossas marcas e torná-las mais fortes. Então, lançámos uma série de estratégias que funcionaram e hoje temos uma Companhia com uma base muito mais sólida e mais alinhada com os engarrafadores. E estou convencido de que essas melhorias vão continuar nos próximos anos.
Liderou a evolução do sistema de engarrafadores mundiais, refranquiando territórios na América do Norte, Alemanha, China e África para construir engarrafadores fortes e eficazes. Por que razão é este trabalho tão importante?
Enquanto Companhia, não podemos ter êxito se os nossos engarrafadores não o têm. É uma relação simbiótica. Parte do que fazemos todos os dias, além de gerir as nossas marcas, é garantir que os engarrafadores estão alinhados com a nossa estratégia e que estão totalmente convencidos disso.
Enquanto Companhia, não podemos ter êxito se os nossos engarrafadores não o têm.
Tornar o nosso sistema de engarrafamento ainda mais forte era uma prioridade fundamental, uma vez que o mesmo ainda não tinha tido uma transformação unificada ao longo do tempo. Esta foi a maior mudança do sistema estrutural da
Vai continuar a ser membro do Conselho. Quais são as suas prioridades?
É muito simples. Estou aqui para completar a transição e ajudar James [Quincey] naquilo que for preciso, e também para tratar todas as questões estratégicas com o Conselho, claro.
Durante a sua etapa enquanto Diretor Executivo, utilizou o termo “construtivamente insatisfeito” para descrever a perspetiva e mentalidade que pretendia que todo o sistema Coca-Cola adotasse. Porquê?
Devo confessar que pedi emprestada a expressão do Sr. Robert Woodruff. Ele gostava de dizer que “o mundo pertence aos insatisfeitos”, especialmente durante o seu último mandato. No mundo
Quando todo o mundo conhece o teu cartão de visita, é fácil cair na armadilha do comodismo. Devemos desafiar-nos constantemente.
É algo maravilhoso fazer parte da vida de 1.9000 milhões de pessoas todos os dias, mas ao mesmo tempo, quando pensas que 2.300 famílias em todo o mundo consomem 26 bebidas por dia, e que menos de duas dessas bebidas são nossas, é o que te torna “construtivamente insatisfeito”. É o que te impulsiona a pensar o que mais poderás fazer para melhorar a tua marca e criar produtos que os consumidores querem. Para estas duas bebidas de 26 se tornarem quatro, depois seis, em seguida, oito…
Ingressou na The Coca-Cola Company há quase 40 anos. Que perspetivas tem acerca dos próximos 40?
Durante os primeiros 90 anos, fomos uma Companhia com um produto e uma marca. Durante os últimos 30-40 anos, acrescentámos cerca de 4000 novos produtos, mais de 500 marcas, novas embalagens e equipamentos inovadores. Considero que o negócio de bebidas será desenvolvido através de três formas diferentes dos próximos 20 ou 30 anos.
A primeira é continuar a oferecer as latas de consumo e bebidas prontas-a-beber. O segundo será o de aumentar o consumo através de novas tecnologias no ponto de venda.
É assim que eu creio que o negócio vai evoluir e nós, através da inovação, estaremos na vanguarda deste desenvolvimento.
Descreveu-se a si próprio como “um otimista incansável” quando fala não só da Coca-Cola , mas de toda a indústria de bebidas como um todo. Porquê? O que lhe dá essa confiança quando olha para o caminho do futuro da Companhia?
Se queres ser um bom líder no negócio, tens que ter uma atitude positiva. Ver sempre o copo meio cheio. Sempre acreditei nisso, e sempre funcionou. Não há melhor maneira de fracassar do que começar a ver o copo meio vazio.
Não há melhor maneira de fracassar do que começar a ver o copo meio vazio.
Qual queria que fosse o seu legado?
Que James Quincey continue o êxito e o crescimento do negócio de forma sustentável, algo de que estou convencido de que ele vai fazer. É por isso que eu lutei todos os dias da minha carreira e especialmente nos últimos anos no comando da Companhia: certificar-me de que aqueles que me sucedem continuem a prosperar.
Esta entrevista é uma adaptação da originalmente publicada em Coca-Cola Journey Global.
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